Editado por Crislaine Moraes Pinheiro

Oswaldo Cruz

Oswaldo Cruz (1872-1917), 1903./ Acervo da casa de Oswaldo Cruz

Nascido em São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo, no dia 5 de agosto de 1872. Aos quatorze anos matriculou-se na faculdade de medicina

Antes de concluir o curso, havia publicado dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico.

Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa. Contudo, a morte de seu pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um tempo.

Trabalhou como responsável pela montagem e a chefia do laboratório de análises clínicas na policlínica geral do Rio de Janeiro.

Em 1892 se formou na faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Em 1897, foi para Paris estudar no Instituto Pasteur em Paris, onde estudou microbiologia, soroterapia e imunologia. E no Instituto de Toxicologia estudou medicina legal, assim ele conheceu novas técnicas de produção de soros e vacinas.

Ao voltar pro Brasil, voltou a assumir o cargo na Policlínica Geral e juntou-se à comissão de Eduardo Chapot-Prévost ( médico brasileiro, que realizou a separação das xifópagas – gêmeos siameses – Maria e Rosalina. Convém acentuar que naquele ato de alta cirurgia o operador usou pela primeira vez a máscara que hoje é de uso universal e de muito importante hoje que vivemos uma pandemia) para estudar a mortandade de ratos que gerou surto de peste bubônica em Santos.

Em 1900 foi fundado o Instituto Soroterápico, onde assumiu a direção do instituto depois de dois anos de sua fundação. Foi nomeado diretor-geral da saúde pública em 1903, que equivale hoje como ministro da saúde.

Enquanto Cruz iniciava seu programa de saneamento. No Rio de Janeiro houve grandes mudanças, com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares.

Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela.

Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo.

A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro numa praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. Esse acontecimento ficou conhecido como ‘A revolta da vacina’.

Oswaldo Cruz empreendeu uma expedição a 30 portos marítimos e fluviais de Norte a Sul do país para estabelecer um código sanitário com regras internacionais. A luta contra as doenças ganhou reconhecimento internacional em 1907, quando Oswaldo Cruz recebeu a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, na Alemanha, pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz ainda reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.

Febre Amarela foi erradicada no Rio de Janeiro em 1907.

Em 1908, epidemia de Varíola levou a população em massa aos postos de vacinação.

Em 1908 o sanitarista foi recepcionado como herói nacional e, no ano seguinte, o instituto passou a levar seu nome. Com a equipe do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) fez o levantamento das condições sanitárias do interior do país.

Em 1909, deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Do Instituto lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do interior do país. Erradicou a febre amarela no Pará e realizou a campanha de saneamento da Amazônia. Permitiu, também, o término das obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande número de mortes entre os operários, provocadas pela malária.

Em 1913, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para Petrópolis. Eleito prefeito daquela cidade, traçou vasto plano de urbanização, que não pode ver construído. Sofrendo de crise de insuficiência renal, morreu a 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos.

Fontes

http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/revolta.html

http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html

https://www.infoescola.com/biografias/oswaldo-cruz/

http://basearch.coc.fiocruz.br/index.php/eduardo-chapot-prevost-celebre-medico-brasileiro-que-realizou-separacao-das-xifopagas-maria-e-rosalina-convem-acentuar-que-naquele-ato-de-alta-cirurgia-o-operador-usou-pela-primeira-vez-mascara-que-hoje-e-de-uso-universal

https://portal.fiocruz.br/trajetoria-do-medico-dedicado-ciencia

Edição nº 37 da Revista de Manguinhos, publicada em maio de 2017